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Docentes da UNIC orientam estudantes finalistas sobre o uso ético da Inteligência Artificial na elaboração dos TFCs

31 Maio, 2025

A Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Internacional do Cuanza (UNIC) realizou uma sessão plenária voltada para os estudantes finalistas, com foco na reflexão e orientação sobre o uso da Inteligência Artificial (IA) na elaboração dos Trabalhos de Fim de Curso (TFCs). O encontro teve como objectivo esclarecer dúvidas e fomentar o debate sobre as possibilidades e os limites da utilização de ferramentas como ChatGPT, LuzIA e outras plataformas tecnológicas que vêm sendo cada vez mais usadas no meio académico.

Nos últimos anos, o avanço das tecnologias digitais tem transformado a forma como o conhecimento é produzido, acessado e difundido. A IA, que antes era vista como uma ferramenta distante da realidade educativa, passou a fazer parte do cotidiano dos estudantes, principalmente daqueles que enfrentam o desafio de concluir seus cursos com um trabalho científico. Essas ferramentas oferecem sugestões de escrita, ajudam na organização de ideias, apontam fontes e até corrigem erros gramaticais. No entanto, apesar de seus benefícios, levantam questões éticas importantes, como a preservação da autoria, o risco do plágio involuntário e a possível perda da originalidade do pensamento académico.

Durante a sessão, conduzida pelo professor Leonel Céspedes Tamayo, docente da UNIC, foram apresentados diversos pontos de reflexão. De forma clara e didática, o professor explicou como funcionam as ferramentas de IA mais populares entre os estudantes e como elas podem ser utilizadas de forma ética. Ele ressaltou que, embora essas tecnologias possam ser úteis no processo de pesquisa e redação, não devem substituir o esforço intelectual do estudante. A preocupação central, segundo ele, é garantir que o TFC continue a refletir a capacidade crítica, a criatividade e o conhecimento próprio do autor.

A apresentação do professor Tamayo também abordou os perigos da dependência excessiva dessas plataformas, alertando que, quando utilizadas de forma mecânica e acrítica, podem comprometer não apenas a qualidade do trabalho, mas também a formação académica do estudante. O docente mencionou ainda que o uso indiscriminado da IA pode levar à uniformização dos conteúdos, reduzindo a diversidade de ideias e a inovação nos trabalhos científicos. Após a exposição, foi aberto um espaço para perguntas, no qual os estudantes puderam tirar dúvidas, apresentar suas preocupações e refletir sobre suas próprias práticas. O momento foi bastante participativo e produtivo, com intervenções que demonstraram o interesse dos alunos em compreender melhor como lidar com essas novas ferramentas.

Entre os participantes, destacou-se o estudante Benjamim Kalunga, finalista do curso de Jornalismo, que manifestou sua satisfação com a sessão. Segundo ele, antes via a IA apenas como um recurso de apoio, sem considerar os riscos associados ao uso exagerado. Após os esclarecimentos, afirmou que passará a utilizar essas tecnologias com mais critério, respeitando os princípios da integridade científica e buscando manter sua autoria nos trabalhos. O estudante destacou a importância de encontros como este para formar uma consciência crítica nos futuros profissionais.

A sessão contou também com a participação da decana da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, professora Lizandra León, que reforçou a posição institucional da UNIC sobre o tema. Em sua intervenção, a decana esclareceu que o uso da Inteligência Artificial não é proibido na universidade, desde que feito com responsabilidade e ética. Ela afirmou que as ferramentas tecnológicas podem, sim, contribuir com o processo de produção académica, desde que o estudante mantenha o protagonismo intelectual em todas as etapas do trabalho. Para ela, é fundamental que os estudantes compreendam que a IA não pode substituir o raciocínio crítico, a análise contextual e a originalidade, que são marcas do verdadeiro pesquisador.

Ao fim da sessão, muitos estudantes afirmaram que o evento foi esclarecedor e necessário. Diante do cenário atual, em que a tecnologia avança rapidamente, a universidade assume um papel fundamental ao oferecer espaços de orientação e debate. A realização dessa plenária representa um passo importante no compromisso da UNIC com a formação de profissionais não apenas capacitados tecnicamente, mas também conscientes do seu papel ético e social. A iniciativa da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas demonstra, mais uma vez, o cuidado da instituição com a qualidade do ensino e com a promoção de uma cultura académica sólida e responsável.

A sessão foi também uma oportunidade para reafirmar os valores da Universidade Internacional do Cuanza, que se compromete com a inovação, sem abrir mão da ética, da autoria e da responsabilidade no campo do saber. Os estudantes saíram mais preparados para lidar com os desafios da contemporaneidade e prontos para utilizar a tecnologia como aliada e não como substituta  da sua formação académica.