“O antigo campo de minas, hoje se transforma num verdadeiro campo de conhecimento”, uma frase que tem como autor o Patrono da FUEA, entidade promotora da Universidade Internacional do Cuanza e faz referência ao Campus Universitário da UNIC, que foi escolhido para receber a visita dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, no Bié, em alusão ao 15 de Janeiro, dia consagrado a este grupo nacionalista.
Para fazer face à data, a Direcção Provincial dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, no Cuito, levou os veteranos a visitar a primeira Universidade Internacional do país, construída no antigo campo de minas antipessoal. A delegação foi recebida pela Direcção da Universidade e foram posteriormente apresentados aos funcionários dos distintos departamentos que conformam a UNIC.
Na ocasião, os defensores da Pátria foram dirigidos a conhecer o Campus inteiro, cada compartimento e obras em curso. Em entrevista, a Directora da Direcção Municipal da Acção Social, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, Sra. Isabel Cassova, em representação do Dr. Isaac Machado, Director Provincial daquele órgão social, esclareceu que “o objectivo é oferecer a estes bravos guerreiros, patriotas, a oportunidade de conhecer um dos resultados dos motivos pelos quais combateram e defenderam o Bié, levá-los a conhecer e viver a realidade da UNIC, porquanto muitos deles têm filhos e familiares a estudar aqui”.
Terminada a visita guiada, a comitiva manteve um encontro com os estudantes de Direito. Curiosamente os futuros juristas questionaram sobre a verdadeira história da origem do Reino do Vye. Na ocasião, Isabel Cassova esclareceu que Vye foi fundado por um caçador vindo da província do Cunene que perseguia um elefante durante a sua actividade de caça, que devido a fadiga do percurso acabou por habitar no centro de Angola, região que passou a ser chamada Bié, com a chegada dos portugueses.
Para além disso, várias dúvidas foram dissipadas, como o processo da luta armada. Por outro lado, segundo os próprios visitantes o mais impressionante foi ver as instalações do Campus que na sua opinião é um grande e valioso ganho para a província que por muito tempo ficou mergulhada nas chamas da guerra.
Filho do Povo, “combatente da primeira linha”, descreveu a enorme satisfação em conhecer a UNIC. Apela a juventude a envidar esforços para a formação e aconselha-a a apoiar o governo para a manutenção da paz e no desenvolvimento do país.
Breve história
O nome Antigos Combatentes surge da entrega de jovens destemidos, que em 1961 arregaçaram as mangas para a luta de Libertação Nacional contra o colonialismo português. A despeito das muitas dificuldades, os combatentes foram até o final; uma guerrilha que requereu dos intervenientes determinação, bravura, coragem, resiliência, sacrifício, mas também dúvidas, incertezas, sangue, dor, luto, e não só.
Em 1975, a 11 de Novembro é proclamada a Independência Nacional e desde então, em homenagem àqueles homens institui-se o dia 15 de Janeiro, dedicado ao dia dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria.
